Moradores da Chapada Diamantina relataram que um clarão no céu na noite deste domingo (17). O impacto causou disparos em diversos alarmes de carros, na região da Trilha do Gavião, no Vale do Capão.
Segundo André Muinhos, guia especialista de montanha na Chapada Diamantina, ele estava em casa com a família e, por morar próximo à entrada da trilha, conseguiu observar um grande clarão enquanto todos viam as estrelas.
“Passou um meteoro gigante, uma luz bem bonita e forte. Caiu em direção à trilha do Gavião, no norte do parque, aqui na Chapada. Quando se chocou, fez um barulho muito grande e chega o chão tremeu. Foi muito forte o impacto. Muita gente aqui no Capão viu que o pessoal está discutindo isso até nos grupos de WhatsApp. Foi uma coisa bem bonita, nunca vi algo tão bonito assim”, relatou André, conhecido como Monstro, ele é morador do Vale do Capão, povoado Caeté-Açu em Palmeiras.
De acordo com Renata Del Nero, também moradora do povoado Caeté-Açu, em Palmeiras, ela estava observando as estrelas em cima de sua casa quando o meteoro rasgou o céu no sentido leste para o oeste. “O barulho parecia um trovão ou uma bomba, veio alguns minutos após a luz e acho que foi longe porque não foi tão forte quanto o clarão”, contou.
A pesquisadora do Núcleo de Estudos em Meteoritos da Universidade Federal da Bahia (Ufba) Leidiane Ferreira acredita que trata-se de um meteoro de alta magnitude, visto que o fenômeno provocou um efeito luminoso que pôde ser visto em várias cidades.
Ver essa foto no Instagram
A expectativa é que também haja fragmentos de meteoritos na região. “Houve estrondo, explosão, então isso confirma um possível fragmento da amostra que entrou na atmosfera. A gente sabe muito pouco. Estou coletando as informações agora”, afirma. Para confirmar que houve a queda de fragmentos é preciso achar alguma amostra.
Desde 2017, essa é a primeira vez que Leidiane vê um possível meteorito cair na Chapada Diamantina. Ela explica que não existe uma lógica que explique a queda de meteoritos em determinadas regiões, ou seja, não há como explicar porque caiu no Vale do Capão. Quanto à extensão que os fragmentos atingiram, a pesquisadora diz que imagens de câmeras podem ajudar a calcular a quilometragem.
Fonte: Jornal Correio/Bahia Notícias